Alerta: o uso de iPad/Tablets pode prejudicar o desenvolvimento da linguagem

 
Esta não é propriamente uma novidade surpreendente. Na verdade, intuitivamente, já todos suspeitávamos de que o uso frequente ou prolongado destes sistemas tinha potencial para afetar negativamente algumas áreas do desenvolvimento. Afinal, o tempo que estas crianças dedicam a esta atividade deixa de ser utilizado para desenvolver outras capacidades, nomeadamente, a socialização, a motricidade, a comunicação e a linguagem, associadas ao jogo livre, simbólico (“faz de conta”) e criativo com sujeitos e objetos reais (não virtuais). 
Ora, o que há de novo, então?

A Dra. Ruth Milanaik, pediatra do desenvolvimento no Cohen Children’s Medical Center, em Nova Iorque, decidiu estudar os efeitos do uso dos iPads e Smartphones no desenvolvimento das competências das crianças desde uma tenra idade. Decidiu fazê-lo porque verificou que imensos pais davam os seus iPads aos filhos para que eles se mantivessem ocupados e não interrompessem tanto durante o tempo de consulta.

Esta investigação foi, então, levada a cabo com 65 famílias. Os resultados revelaram que a idade de início de utilização destes sistemas (Ipads e Smartphones) era de 11 meses, em média. Sessenta por cento dos pais consideravam existir “benefícios educativos” nesta atividade. Ora, o estudo mostrou não haver diferenças significativas entre as crianças que usavam e as que não usavam estes sistemas como passatempo. Mais: os resultados indicaram que as crianças que jogavam jogos não educativos (ou seja, Angry Birds, Fruit Ninja, etc) tinham uma pontuação mais baixa nos testes de desenvolvimento da linguagem.

Não é difícil de perceber que, em idades tão baixas, quando o cérebro ainda está numa fase precoce de maturação, passar tanto tempo em frente de um ecrã não é natural… e reduz as oportunidades de estimular a comunicação e a interação social.

Teremos ainda de percorrer um longo caminho para perceber como podemos usar as novas tecnologias de forma saudável.

Segundo a Dra. Milanaik, “a tecnologia nunca pode substituir a interação dos pais com os seus filhos. Conversar é a melhor maneira de estimular a aprendizagem”.

Pode obter mais informações do estudo neste link (em inglês):

Cláudia Rocha Silva
Filipe Glória Silva
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